Ataque a hospital em Gaza deixa pelo menos 500 mortos

Ataque a hospital em Gaza deixa pelo menos 500 mortos

 

Informação foi dada pelo Ministério da Saúde local; Hamas afirmou, em comunicado, que as vítimas passam de 870

Uma explosão a um hospital no centro da cidade de Gaza, na tarde desta terça-feira, deixou pelo menos 500 vítimas. A autoria dos ataques ainda é desconhecida: de um lado, o Hamas acusa Israel pela explosão, enquanto o Estado Judeu, através das Forças Armadas, alega que a Jihad Islâmica é a responsável pelo disparo frustrado. Segundo o Hamas, as vítimas passariam de 870. O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarou três dias de luto, informa a agência oficial Wafa. O hospital Ahli Arab é o hospital mais antigo de Gaza, fundado em 1882.

"Um novo crime de guerra cometido pela ocupação no bombardeio do Hospital Al-Ahli Arabi, no centro da Cidade de Gaza, resultando na chegada de dezenas de mártires e feridos ao Complexo Médico Al-Shifa devido ao bombardeio. Deve-se notar que o hospital abrigou centenas de pacientes, feridos e pessoas deslocadas de suas casas à força devido aos ataques aéreos", diz um comunicado do Hamas no Telegram.


Ashraf al-Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde palestino em Gaza, por sua vez, informou numa entrevista televisiva que pelo menos 500 palestinos foram mortos no ataque ao hospital batista al-Ahli Arabi. Procurada pela BBC, as Forças de Defesa de Israel informaram que ainda não têm detalhes sobre o suposto ataque.

De acordo com a rede de televisão al-Jazeera, o hospital "ainda está em chamas". A reportagem descreveu o cenário na unidade de saúde como "catastrófico". "Ainda há pessoas sob os escombros dos edifícios destruídos. As equipes médicas estão tentando retirar as vítimas, mas há um número crescente de feridos em diferentes áreas da Faixa de Gaza", diz o site do canal.

As ruas das cidades de Nablus, Tulkarem e Jenin foram tomadas por centenas de palestinos que protestam contra o bombardeio. Governada pela ANP, mas ainda sob controle militar israelense, a Cisjordânia vê um alastramento do conflito entre Israel e o Hamas para o seu território desde o último sábado.

'Sem precedentes'
O ataque israelense ao Hospital al-Ahli, é o mais mortífero em cinco guerras travadas desde 2008, segundo da Defesa Civil Palestina publicadas pela Al Jazeera.

— O massacre no Hospital Al-Ahli Arab não tem precedentes na nossa história. Embora tenhamos testemunhado tragédias em guerras e dias passados, o que aconteceu esta noite equivale a um genocídio — disse o porta-voz Mahmoud Basal.

Zaher Sahloul, da organização humanitária MedGlobal, sediada nos EUA, classificou o ataque com vítimas em massa como “o pior ataque a uma instalação médica no século XXI”.

— Bombardear hospitais é contra o direito internacional. É um crime de guerra. Isso mina a neutralidade médica e as Convenções de Genebra de 150 anos, e priva uma comunidade palestina local em dificuldades do acesso aos cuidados de saúde — afirmou. — Isso agrava o trauma na Faixa de Gaza, enviando a mensagem de que nenhum lugar é seguro, nem mesmo dentro de um hospital.

Embora estime-se que mais de 500 mil civis tenham migrado para o sul da Faixa de Gaza, após o ultimato de Israel para que a população palestina desocupasse a região ao norte do rio Wadi Gaza, as Forças Armadas israelenses continuaram a bombardear a área do enclave que muitos acreditavam ser uma área segura em meio à guerra. Um balanço de autoridades palestinas afirma que 80 pessoas morreram em bombardeios na região nas últimas 24 horas, com dezenas de feridos.

Israel acusa Jihad Islâmica
Apesar do Hamas ter acusado Israel pela explosão contra o complexo hospital, um porta-voz das Forças Armadas de Israel informou nesta terça-feira que o grupo extremista Jihad Islâmica foi o responsável pelo disparo que atingiu o Hospital Árabe al-Ahli, na Cidade de Gaza.

As Forças Armadas Israelenses afirmam que, de acordo com análises operacionais, uma barragem de disparos de foguetes inimigos teria sido feita contra o território de Israel e que os foguetes teriam passado pelas imediações do hospital, quando foi atingido.

"Segundo informações dos serviços secretos e de várias fontes que temos, a organização terrorista Jihad Islâmica é responsável pelo disparo frustrado que atingiu o hospital", informou o Estado de Israel na rede X (antigo Twitter).

A versão foi rebatida pelo grupo extremista. Daoud Shehab, porta-voz da Jihad Islâmica, afirmou à Reuters que a afirmação é "uma mentira e uma invenção".

—Isso é uma mentira e uma invenção, é completamente incorreto. As Forças Armadas de Israel estão tentando encobrir esse crime horrendo e o massacre cometido contra civis — afirmou à agência.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem